Prato colorido é importante (e bonito) na introdução alimentar
Usar os cinco grupos principais de cores garante a inclusão de todos os nutrientes necessários para o bebê em cada refeição
Vale tudo para ver o bebê comer bem na introdução alimentar, que começa aos seis meses de vida: inventar musiquinhas, fingir que comida conversa e até deixar que um brinquedo ou outro faça parte da dinâmica. E uma estratégia com os próprios alimentos é especialmente útil para conquistar o interesse do bebê e garantir que ele fique bem nutrido: montar pratos bem coloridos em cada refeição.
“O ideal é o ‘prato de cinco cores’, que deve ter alimentos verdes, brancos, marrons/pretos, vermelhos e amarelos/laranjas”, explica o pediatra e nutrólogo Renato Zorzo, professor de Pediatria da Universidade Federal de São Carlos. Ele conta que podem ser de origem animal ou vegetal e que, como a natureza é sábia, eles se complementam nutricionalmente, resultando em refeições equilibradas.
O aspecto psicológico também faz diferença quando o pratinho do bebê é todo colorido. É o que afirma a pediatra Cláudia Guimarães: “Dos seis meses em diante, o bebê já é muito sensorial, gosta de cores que chamem a atenção. Um prato com porções de cenoura, brócolis, arroz, feijão e carne é um convite para que ele tenha vontade de comer”.
Para manter a integridade das cores (e não criar uma pasta bege pouco atraente), ela orienta que nos primeiros meses os alimentos sejam amassados com um garfo. Depois, por volta dos nove meses de vida, cortados em pedaços pequenos. Por fim, quando o bebê estiver próximo de completar um ano de idade, dados no formato que a família estiver acostumada a comer (rodelas de cenoura, por exemplo). “E sempre em porções separadinhas dentro do prato, sem misturar tudo”, diz.
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O que há em cada grupo de cores
Renato e Cláudia detalharam para o Bebê.com.br quais são as características nutricionais de cada grupo que compõe o prato de cinco cores.
Verde – São alimentos ricos em fibras e magnésio, o que auxilia no funcionamento do intestino e na calcificação dos ossos. Aqueles de tons mais escuros também são ótimas fontes de ferro e vitamina A e fortalecem a visão. Exemplos: brócolis, couve, alface, espinafre.
Branco – Associados à energia, por serem ricos em carboidratos e calorias. Dão o pique necessário para o bebê desenvolver suas habilidades. Exemplos: arroz, batata, mandioca, inhame, alimentos feitos com farinha (massas, de preferência de farinha de arroz).
Marrom/preto – Eles estão relacionados principalmente ao vigor e à memória. Deles vêm as vitaminas do completo B, as proteínas de origem vegetal e as fibras. Exemplos: feijão (que pode ser branco ou vermelho, aqui abre-se uma exceção), lentilha, grãos e leguminosas em geral.
Vermelho – Os alimentos desta cor são os maiores fornecedores de proteínas de origem animal, vitaminas do complexo B, ferro e zinco, tudo indispensável para o crescimento do bebê e o bom desenvolvimento de seu organismo. Exemplos: carnes bovinas em geral.
Amarelo/laranja – Fontes de aminoácidos e ricos em betacarotenos, esses alimentos são imprescindíveis para a pele e para o bom desenvolvimento e manutenção da visão. Exemplos: cenoura, mandioquinha e tomate.
Além das cinco cores
Renato recomenda, além dos alimentos verdes, brancos, marrons/pretos, vermelhos e amarelos/laranjas, a inclusão de ovos, leite, frutas cítricas e manga às refeições. “Acerola, laranja, limão e manga são excelentes fontes de vitamina C, que atua fortemente no sistema imunológico”, esclarece. “O leite é fundamental por causa do cálcio que leva ao organismo, e os ovos, devido à vitamina A e aos aminoácidos”, conclui.
Se as fotos distribuídas ao longo desta matéria lhe deixaram animada, pode começar a se inspirar nelas para montar os pratinhos de seu filho. Lembre-se: a preocupação é com o conteúdo, não com a forma. “Algumas mães têm mais habilidade e tempo livre, conseguem fazer obras de arte nos pratos. Isso, no entanto, não interfere no estímulo percebido pelo bebê. Basta distribuir as cores no prato e tudo bem”, finaliza Cláudia, tranquilizando as mães que têm a vida mais corrida ou menos dons artísticos.